Apoio psicológico
também auxilia a mudar relação entre zumbido e emoções negativas.
Na
última sexta-feira (04/05), foi realizada a reunião do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba),
no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba (PR). A
palestra foi proferida pela psicóloga Lesle Maciel, profissional que faz parte
da equipe interdisciplinar do GIPZ, e o tema abordado foi sobre os “Aspectos
emocionais relacionados ao Zumbido”. “Os pacientes devem saber a importância da
psicologia no tratamento do zumbido. Ela pode atuar como suporte, quando a
causa é orgânica, ou como tratamento central, quando a causa é psicológica”,
explica Lesle.
Para entender a tênue relação entre o zumbido e a parte
psicológica de uma pessoa, é necessário conhecer um pouco sobre a emoção. Ao
viver uma experiência, o ser humano utiliza seus cinco sentidos – audição,
olfato, paladar, tato e visão – para sentí-la e as emoções são as marcas que
cada vivência deixa no indivíduo. O sistema límbico controla estes aspectos
emocionais e motivacionais do comportamento. “O zumbido é um sintoma fisiológico
produzido pelo organismo e cada um produz uma carga afetiva ao ouvir o ruído”,
aponta.
Na maioria dos casos o zumbido se manifesta como um
sintoma leve, mas em outros pode afetar seriamente a qualidade de vida de uma
pessoa, podendo se tornar o principal foco de atenção e preocupação, interferindo
no trabalho, na vida cotidiana e causando depressão e outros transtornos
mentais. “Ansiedade, insônia, estresse, irritação, falta de concentração,
memória e atenção são alguns dos sintomas psicológicos que o paciente pode
apresentar e qualquer alteração emocional se reflete no zumbido. A psicologia
mostra que o ruído não pode determinar a vida do paciente”, observa.
O afeto é o conjunto de reações que são expressas
pela emoção e no caso do zumbido, a carga afetiva normalmente é negativa, com
sentimentos como rejeição, raiva e tristeza. Esta ligação do zumbido com emoções
negativas aumenta a atenção dada pelo cérebro ao sintoma, como uma forma de
alerta, e o paciente percebe ainda mais o barulho. “Situações de estresse,
nervosismo, ansiedade e angústia fazem com que a pessoa dê total atenção ao
zumbido, aumentando a sua percepção. O indivíduo diz que ele ficou ‘mais alto’,
provocando incômodos mais intensos”, ressalta.
A psicologia ajuda a modificar esta relação entre o
zumbido e as emoções. Este apoio é fundamental no tratamento, pois os aspectos
emocionais negativos pioram a qualidade de vida do paciente. Lesle destaca que
é necessário olhar para o problema e administrar a situação, separar cada coisa
em seu lugar. “A atuação do psicólogo é essencial para minimizar as emoções
negativas relacionadas ao ruído e ajudar a enfrentar as mudanças que o
indivíduo terá que se submeter durante o tratamento. Além disso, a psicologia
auxilia na aderência ao tratamento, pois as intervenções dão resultado a longo
prazo”, acrescenta.
Sandra Regina de Paula, 53 anos, assistiu à
palestra pela primeira vez e as orientações a ajudaram a ter outra opinião
sobre a psicologia. “Eu sofro com zumbido há dois anos. Ele surgiu
repentinamente, achei que ia parar, mas não parou. Agora estou começando a
fazer os exames para descobrir a causa e a médica disse para eu participar da
reunião. Eu achei que a cura seria mais rápida, fiquei um pouco triste, mas o
encontro me ajudou muito e agora vou conversar com a psicóloga, pois sempre
rejeitei isso. O que depender de mim para melhorar, eu vou fazer”, conta.
A otorrinolaringologista e otoneulogista Rita de
Cássia Cassou Guimarães, coordenadora do grupo, destaca que os pacientes devem
compreender que o tratamento visa eliminar as causas do zumbido e trazer
qualidade de vida ao paciente. “Não podemos falar que o ruído vai sumir, mas
sim assegurar que ele pode ser descartado pelo cérebro e se tornar um barulho
insignificante, que não causa incômodos”, enfatiza. A próxima reunião do GIPZ
será no dia 01 de junho, com o tema “Principais exames médicos e audiológicos
para o diagnóstico do zumbido”.
Serviço: Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido
de Curitiba (GIPZ Curitiba)
Próximo encontro: 01 de junho de 2012
Tema: Principais exames médicos e audiológicos para
o diagnóstico do zumbido
Palestrante: Rita de Cássia Cassou Guimarães (otorrinolaringologista
e otoneulogista) e Izabella Macedo (fonoaudióloga)
Horário: a partir das 14h
Local: 5º andar anexo B do Hospital de Clínicas da
Universidade Federal do Paraná
Agendamento de presença e mais informações: (41)
3225-1665
Entrada livre