Experiência em outros países mostra a
grande procura por unidades próximas aos locais de realização do evento.
O Rio de Janeiro está se preparando para
receber os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em 2016 e o mercado
imobiliário já está de olho nas oportunidades que vão surgir. Carlos Samuel de
Oliveira Freitas, advogado imobiliário e diretor de condomínios da PRIMAR
Administradora de Bens, explica que a experiência de outros países com a
realização de olimpíadas e da copa do mundo mostra que há um grande impacto no
setor de imóveis. “Em cidades como Barcelona, Atenas e Londres foi possível
notar uma forte valorização dos imóveis próximos aos locais do evento”,
observa.
Outra
característica comum foi o êxodo dos residentes, devido à necessidade de espaço
para a construção dos estádios e centros esportivos para a realização dos
jogos. As áreas do entorno das construções ficam valorizadas e as unidades
imobiliárias são vendidas por valores que superam os preços originais. “Os imóveis
chegam a ser vendidos com uma valorização de 200% a 300%. Ou seja, se antes uma
casa era avaliada por R$ 100.000, depois das construções a unidade residencial
passa a valer R$300.000 ou R$ 400.000”, ressalta.
Freitas
destaca que o segmento de aluguel de imóveis também é beneficiado. As regiões
próximas dos locais onde acontecem os jogos são as mais procuradas para locação
de casas ou apartamentos que comportem a família dos atletas, equipes de
trabalho e prestadores de serviços que precisam estar perto do local do evento.
“Os períodos de locação raramente são superiores a 60 dias. Mesmo a procura por
unidades não residenciais aumenta, já que o número de pessoas que querem evitar
o trânsito e as dificuldades de acesso aos jogos é muito grande”, esclarece.
O
especialista aponta que em Londres, onde serão realizadas as olimpíadas deste
ano, não há grandes espaços disponíveis para a construção de novos empreendimentos
próximos ao evento. Isso gerou a oferta de cômodos das residências, com preços
acima de média praticada. “Os proprietários querem que o negócio seja o mais
rentável possível e aproveitam o momento para aumentar os preços. Há ainda
moradores e até mesmo locatários que saem de suas moradias para ficar em
localidades mais distantes e alugarem as suas residências durante os jogos”,
afirma.
Nestes
casos, Freitas alerta que é preciso conhecer bem as normas e legislações referentes
à locação por prazos curtos, tanto pela contratação quanto pela garantia. “Quando
a temporada é encerrada, praticamente todos retornam as suas cidades ou países
de origem e os imóveis são devolvidos. Por isso é importante ter cuidados
redobrados na hora de alugar o imóvel, pois se torna inviável qualquer
intervenção para cobrar possíveis pendências relacionadas ao aluguel. Na hora
da devolução do imóvel, o proprietário deve ser rápido para não ter prejuízos”,
recomenda.
Uma
boa contratação pode garantir as vantagens do aluguel, sem riscos ao dono do
imóvel. Freitas lembra que, após o término desta locação especial, a edificação
retorna ao mercado, seja para uso próprio ou para um novo aluguel. “É
importante atentar para os tipos de contrato que serão elaborados e a
legislação, que se não for observada, pode anular a garantia e provocar danos e
transtornos aos proprietários. As olimpíadas duram apenas alguns dias, mas a
sua repercussão é duradoura. Ainda faltam quatro anos para o Brasil receber o
evento, mas todos devem estar preparados”, acrescenta.
Primar Administradora de
Imóveis
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