Falta
de cuidados com a boca e a região dentofacial aumentam o risco
para problemas respiratórios, de
sono, zumbido e inclusive doenças cardiovasculares.
Falar,
mastigar, deglutir e reconhecer o sabor dos alimentos são algumas das ações
realizadas pela boca e seus componentes consideradas fundamentais para a
sobrevivência do ser humano. A importância da saúde bucal vai além da digestão e
linguagem, afetando a estética, a condição sistêmica do organismo e a vida
social. “O indivíduo tem que ter confiança na sua imagem para conseguir se
relacionar com as outras pessoas sem constrangimentos e um sorriso bonito e
saudável é o primeiro passo”, observa o
ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler.
A boca é a porta de entrada de alimentos, bebidas e de muitos
micro-organismos que ficam instalados e se desenvolvem nos dentes, gengivas e
mucosas bucais. Sem a higiene adequada, ocorre a proliferação de bactérias que
podem causar infecções. O problema tem início na boca e se espalha
gradativamente para outras partes do corpo. “A saúde bucal não pode ser
desvinculada da saúde geral. Estudos científicos já comprovaram que doenças
bucais podem provocar doenças sistêmicas e vice-versa”, destaca o especialista,
integrante da equipe interdisciplinar da Köhler Ortofacial.
Os órgãos possuem uma interdependência para assegurar a integração
do trabalho, ou seja, o funcionamento de uma área depende da outra e se houver
algum problema o todo será prejudicado. “Além de comprometer o bem-estar físico
e a qualidade de vida do indivíduo, a má higiene bucal pode gerar alterações
psicológicas. É necessário ter uma visão ampliada da saúde, pois a boca faz
parte de um sistema maior. As anomalias dentofaciais, como as oclusões
incorretas, mordida aberta ou cruzada e o apinhamento dentário, também geram
reflexos na saúde sistêmica do organismo”, enfatiza.
De acordo com Juarez Köhler, especialista em ortodontia e
ortopedia facial e responsável pelo setor de Monitoração Ortopédica da Face
Pediátrica (MOFP) da Köhler Ortofacial, a boca não pode ser vista de maneira
isolada pelos profissionais. A saúde bucal se reflete nas articulações, vasos
sanguíneos e órgãos que parecem - aparentemente - não ter contato com os dentes.
“Coração, pulmões, estômago e até as artérias podem sentir os danos de uma
cavidade bucal doente. Algumas horas sem escovar os dentes são o suficiente para
a formação da placa bacteriana, que causa cáries e periodontite e - a partir
desta - pode repercutir inclusive sobre a saúde do coração”,
esclarece.
Boca doente aumenta o risco de doenças
cardíacas
As inflamações causadas por micróbios afetam a gengiva e
contribuem para o surgimento da gengivite, que progride para a doença
periodontal. A consequência é o aumento do risco de doenças cardíacas,
respiratórias, artrites, gastrites e sinusites. Quem não escova os dentes pelo
menos duas vezes ao dia tem 70% mais chances de desenvolver um problema
cardiovascular. “A escovação e o uso do fio dental são essenciais para manter a
boca e o restante do corpo saudáveis. Logo após as refeições deve ser realizada
a higienização dos dentes e da língua”, recomenda Gerson, professor da
pós-graduação da UFPR há 23 anos.
As bactérias aproveitam as lesões na gengiva e o espaço entre o
dente e o osso para entrar na corrente sanguínea e percorrer o organismo. Se o
indivíduo estiver com o nível de colesterol elevado, as artérias não serão
poupadas pelos microorganismos. Eles ainda favorecem a constituição de placas de
gordura nos vasos sanguíneos, o que pode causar um infarto ou derrame.
“Diabéticos e gestantes são ainda mais suscetíveis aos males que os micróbios da
doença periodontal podem causar. As grávidas têm mais chances de ter parto
prematuro e as pessoas com diabetes tem mais dificuldade para controlar a
glicemia”, comenta Juarez.
Zumbido e alterações no sono podem ser causados por problemas
bucais
O zumbido, som ouvido na cabeça ou nos ouvidos sem fonte externa,
é um sintoma que pode indicar a presença de problemas bucais. O bruxismo,
denominação do aperto de dentes provocado pelo excesso de força da musculatura
facial, pode causar a compressão de áreas vascularizadas próximas aos ouvidos.
“O cérebro pode - em determinados casos - decodificar os sinais da compressão
como zumbido. O diagnóstico é feito a partir da realização de determinados
movimentos que envolvem a face, a cabeça e o pescoço. A atuação do ortodontista
em pacientes com zumbido acontece após a indicação do otorrinolaringologista ou
otoneurologista”, explica Gerson.
A qualidade do sono
também está relacionada com a saúde bucal. Alterações nas arcadas dentárias
podem causar a queda para trás da língua durante o sono. O posicionamento
incorreto da língua bloqueia a faringe, impedindo a passagem do ar. “A
interrupção da respiração por alguns segundos ou a obstrução parcial da entrada
e saída do oxigênio gera a Síndrome da Apnéia
Obstrutiva do Sono (SAOS), um dos distúrbios mais graves no contexto da Medicina
do Sono. A SAOS é considerada uma doença multifuncional, com várias causas
associadas, que prejudica a saúde em geral e contribui para o surgimento de
outras enfermidades”, acrescenta Gerson, que atua de maneira interdisciplinar em
distúrbios do sono.
Doutor Gerson Köhler (CRO 3921 – PR)
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
Site: http://www.kohlerortofacial. com.br
E-mail: kohler1@uol.com.br
Fone: 41 3224.4883/3013-0183
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