Com sintomas semelhantes, as patologias provocam dores crônicas e
podem estar relacionadas.
As
articulações
temporomandibulares (ATMs) são mecanismos de
conexão da mandíbula com o crânio e estão localizadas ao lado dos ouvidos, na
região das têmporas. As estruturas da ATMs estão sujeitas a danos causados por
anomalias dentofaciais e hábitos inadequados, como o apertamento de dentes.
Também condições gerais corporais, de ordem sistêmica podem influir nas
patologias das ATMs.“Os primeiros sinais de que uma desordem está se instalando
na articulação são dores e estalos ao movimentar a boca”, explica o ortodontista
e ortopedista facial Gerson Köhler, profissional da equipe interdisciplinar da
Köhler Ortofacial.
A disfuncionalidade temporomandibular (DTM) - também chamada
de disfuncionalidade craniofacial (DCF) - indica que as ATMs estão
funcionando de maneira incorreta. A anormalidade pode estar presente nas funções
e até na morfologia e posturação destas articulações. O distúrbio surge
progressivamente e deforma as estruturas ósseas. “Alguns dos sintomas são
limitação da abertura da boca, mandíbula travada, fadiga dos músculos
mastigatórios, desvios para os lados, zumbido no ouvido, dores locais e de
cabeça, principalmente na área das têmporas. A disfuncionalidade articular
provoca o desgaste dos ossos e das cartilagens”,
afirma.
Juarez Köhler, outro especialista em ortodontia e ortopedia facial
do corpo clínico da Köhler Ortofacial, ressalta que as ATMs são as articulações
mais complexas do organismo. Elas atuam na mastigação, fala e deglutição e têm a
capacidade de realizar movimentos para frente, para trás, para os lados e
verticalmente. Seu trabalho é praticamente sem interrupção, pois o ser humano
engole a saliva pelo menos duas vezes por minuto e deste ato repetitivo
particição também as ATMs. “A DTM tem prevalência no sexo feminino. O
problema atinge de três a seis mulheres para cada homem”,
destaca.
Se a DTM não for tratada, o quadro se agrava e com o passar do
tempo os discos articulares não voltam mais aos seus encaixes normais. A
intervenção precoce garante bons resultados e evita a necessidade de cirurgia no
local, procedimento considerado raro atualmente. “Estas questões disfuncionais -
que geralmente envolvem também desorganização da oclusão dentária - devem ser
avaliadas com cautela, por um ortodontista especializado. Existem várias
estratégias de tratamento, como o uso de placas intra-orais durante a noite,
fisioterapia, massagens, reeducação postural e medicamentos”, acrescenta
Juarez.
DTM pode ocorrer mais em pacientes com
fibromialgia
A fibromialgia é considerada um conjunto de sinais e sintomas e
pode ser definida como uma condição dolorosa, generalizada e crônica, que reúne
diversas manifestações clínicas. De acordo com dados do Colégio Americano de
Reumatologia, 75% dos pacientes com fibromialgia tem histórico de DTM, enquanto
20% das pessoas que sofrem com DTM apresentam fibromialgia. “Assim como na DTM,
as mulheres são as mais atingidas pela enfermidade. Estimativas indicam que a
fibromialgia ocorre em uma proporção de nove mulheres para cada homem”, conta
Gerson.
A relação entre as duas doenças está no surgimento de condições
dolorosas expressas. As dores da DTM afetam a região da cabeça, face, pescoço,
ombros e a musculatura mastigatória. Na fibromialgia a sensação dolorosa atinge
todo o corpo. “Na DTM a dor é resultado principalmente do excesso de contração
muscular, problemas de posicionamento dentário que geram uma oclusão dentária (o
fechamento da boca) inadequada. Estes sinais costumam aparecer durante a noite,
o que altera a qualidade do sono e pode intensificar os sintomas da
fibromialgia”, esclarece Gerson, professor convidado da pós-graduação da UFPR
desde 1988.
Para o diagnóstico da fibromialgia é preciso avaliar se a dor
generalizada persiste por mais de três meses e se há a presença de no mínimo 11
dos 18 pontos dolorosos padronizados. A avaliação nem sempre considera as dores
resultantes da DTM. “Este fato reforça a importância da atuação de uma equipe
interdisciplinar para tratar os pacientes de modo integral. Muitas vezes o
paciente é diagnosticado com apenas uma das doenças e a outra continua causando
sofrimento até ser descoberta”, finaliza Juarez.
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
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