Dia do Combate a
Infecção Hospitalar reforça a necessidade de garantir a segurança dos pacientes
em procedimentos cirúrgicos.
A
higiene pode ser definida como uma série de hábitos, técnicas e conhecimentos
que visam à preservação do bem-estar e da saúde perfeita de um ser. São usados
vários métodos de limpeza, desinfecção e esterilização para manter a higiene do
ser ou de um ambiente. “A higienização tem um papel fundamental na medicina. Se
o médico não tiver cuidados básicos de higiene, o paciente corre o risco de ser
infectado por micro-organismos que prejudicam a recuperação e afetam a saúde
geral, podendo provocar a sua morte”, explica o cirurgião plástico Alderson
Luiz Pacheco.
A
importância da higiene no contexto médico foi reconhecida em 1847, após uma
descoberta do húngaro Ignaz Philipp Semmelweis. O médico trabalhava na
enfermaria de obstetrícia do Hospital Geral de Viena e não se conformava com a
morte de inúmeras mulheres logo após o parto. As mortes eram causadas por infecção
puerperal. Semmelweis analisou o quadro e determinou que todos deveriam lavar
as mãos antes de realizar qualquer procedimento nas pacientes. “Com este
simples gesto muitas vidas foram salvas e a lavagem das mãos se tornou a base
para todas as medidas de higiene”, comenta.
Para
relembrar a descoberta de Semmelweis e reforçar a necessidade dos hábitos de
higiene, no dia 15 de maio é comemorado o Dia do Combate a Infecção Hospitalar.
Médicos, enfermeiros, auxiliares e todos os profissionais que atuam na área da
saúde devem conhecer e praticar as medidas de limpeza, esterilização e
desinfecção. “O transporte de micro-organismos, como bactérias, para pessoas
que estão doentes, que vão se submeter a cirurgias ou estão em processo de
recuperação é extremamente danoso à saúde”, enfatiza o cirurgião.
Pacheco explica que a lavagem das
mãos deve durar pelo menos 15 segundos e o procedimento deve ser feito antes de
qualquer intervenção médica. Água, sabão e álcool são o suficiente para deixar
as mãos limpas. “Existe uma técnica de lavagem que garante o asseio adequado. O
punho, o meio dos dedos, as unhas, a palma e o dorso das mãos devem ser bem
esfregados. Esta é apenas uma das medidas obrigatórias para a realização de
cirurgias”, afirma o especialista, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica (SBCP).
Quem se submete a cirurgia plástica
não está imune aos perigos dos germes que estão por toda a parte, especialmente
no ambiente hospitalar. A SBCP garante que o risco de infecção é pequeno, mas
não é nulo. Pacheco declara que na literatura o índice de infecção é de 0,2 a
5% para cirurgias limpas. “As infecções mais comuns são causadas em pacientes
que se submetem a lipoaspiração e ao implante de silicone, principalmente
porque estas são as cirurgias mais realizadas pelos médicos”, observa.
O centro cirúrgico e os outros
ambientes do hospital devem ser desinfetados, organizados, limpos e seguir as
normas de controle de infecção. Todos os instrumentos devem passar por um
rigoroso processo de esterilização, seguindo as instruções dos fabricantes. “O
uso de antibióticos ajuda a evitar o surgimento de bactérias resistentes e
perigosas. As clínicas e hospitais onde são realizadas as plásticas não
precisam ter uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas devem ter pronto-atendimento
em caso de complicações”, acrescenta.
O ideal é que o paciente procure o
médico assim que detectar algum sinal anormal no pós-operatório. Dores no local
operado, febre e a presença de pus sinalizam o surgimento da infecção. No caso
da prótese de silicone, algumas vezes é necessário retirar o implante,
erradicar a bactéria e realizar uma nova cirurgia. “Quanto mais precoce for o
diagnóstico da contaminação, maiores são as chances do paciente de se recuperar
sem sequelas. Em certas situações é possível controlar o problema sem retirar a
prótese de silicone. Uma recomendação extremamente importante é ficar longe de
animais de estimação após a cirurgia, até mesmo dos bichos que foram vacinados”,
comenta.
Cirurgião Plástico
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