Prevenção ajuda a evitar o quelóide após cirurgia plástica


O uso de bandana elástica e fita adesiva de silicone comprimem a região e evitam a produção excessiva de colágeno.

O corpo humano é, sem dúvida, uma complexa máquina capaz de fazer coisas incríveis. A cicatrização é uma delas. Quando alguma região do organismo é ferida, imediatamente começa um processo natural de cura do ferimento na pele. Acidentes, doenças e cirurgias são os principais fatores que causam machucados. A extensão e a duração da ferida determinam o tamanho da cicatriz. “A pele mais jovem forma cicatrizes mais espessas e maiores. Nos idosos a marca é menos evidente”, afirma o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
Na maioria dos casos a cicatriz é esteticamente feia no início, mas após alguns meses se torna visualmente aceitável. Dependendo do lugar do corpo o sinal é mais ou menos visível. Em áreas de constante movimento, como as pernas, os braços e as costas, a marca pode ficar larga. “A mandíbula é uma região que tem uma tendência a produzir cicatrizes inestéticas. O aspecto da cicatriz é determinado pela sua cor, tamanho, localização, textura, profundidade, largura e comprimento”, ressalta Pacheco, mestre em Princípios da Cirurgia utilizando o laser.
O organismo possui um mecanismo que identifica o estágio final da cicatrização. Quando o processo chega ao fim, a produção de tecido é interrompida. Em algumas situações anormais o corpo produz tecido em excesso, pois não é capaz de detectar que a cicatriz já reparou o dano causado na pele. “As cicatrizes anômalas podem ser do tipo quelóide ou hipertrófica. A primeira ultrapassa a região lesionada e os tratamentos estéticos e cirúrgicos são as únicas soluções. A cicatriz hipertrófica não extrapola o limite da lesão e pode regredir com o tempo”, esclarece.

Pessoas de origem asiática ou afrodescendentes têm mais chances de desenvolver o quelóide. Pacheco explica que a cicatriz é um tecido fibroso, que preenche o espaço lesionado com o objetivo de manter a parte interno do corpo em segurança. “O quelóide é secundário ao traumatismo da pele e é considerada uma lesão fibroelástica, saliente e que pode ser rosada, avermelhada ou escura e raramente brilhante. Apesar de ser inofensivo, indolor e não ser contagioso, o problema incomoda esteticamente e provoca complexos psicológicos”, destaca o especialista.

O quelóide e a cirurgia plástica
De acordo com Pacheco, o quelóide é uma preocupação recorrente de quem vai se submeter a uma cirurgia plástica. Quem possui características genéticas ou fatores de risco que aumentam as chances da cicatrização ocorrer de forma anormal pode recorrer a técnicas para prevenção. “O tratamento para evitar o quelóide é feito no início do pós-operatório. O paciente deve usar bandanas elásticas e fita adesiva de silicone no local para comprimir a região, evitar a produção excessiva de colágeno e reduzir o fluxo sanguíneo. Além disso, o silicone possui um óleo mineral que hidrata a pele”, aponta.
Existem outras alternativas para tratar o quelóide. Quando a prevenção não tem resultados satisfatórios, é preciso apelar para procedimentos que reduzam a anomalia. A cirurgia reparadora elimina o excesso de tecido, mas é necessária a associação de outros tratamentos, como a betaterapia, procedimento semelhante à radioterapia. “O cirurgião deve estar apto a fazer a intervenção cirúrgica, pois se as margens da lesão não forem mantidas, a pele identifica uma nova lesão e dá início a uma nova produção de colágeno”, alerta o especialista.
A aplicação de corticóide na cicatriz anômala é outra opção de tratamento. O paciente recebe anestesia local, a substância é aplicada com injeção e o objetivo é a reduzir a fabricação de colágeno e a inflamação. O tratamento ajuda a diminuir a espessura do quelóide e ainda alivia as dores e a coceira. “É fundamental ter cuidado na hora da aplicação. Se o corticóide for aplicado fora da lesão, a pele pode ficar manchada e haver o surgimento de úlcera”, acrescenta Pacheco, proprietário da Clínica Michelangelo de Cirurgia Plástica, em Curitiba.

Doutor Alderson Luiz Pacheco (CRM-Pr 15715) 
Cirurgião Plástico 
Site: http://www.alplastica.com/ 
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