Intolerância a sons é queixa comum entre pacientes com zumbido


Encontro com especialistas irá esclarecer a relação entre o zumbido, a perda auditiva e a hipersensibilidade a ruídos.

No dia 06 de julho, as pessoas que sofrem com zumbido tem um encontro marcado com os profissionais voluntários que fazem parte do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba). A reunião começa às 14 horas e será realizada no 5º andar do anexo B do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba (PR). A participação é gratuita e toda a comunidade é convidada a estar presente na palestra que terá como tema as “Relações entre zumbido, intolerância a sons e perda auditiva”.
O GIPZ Curitiba é formado pela otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, pelo ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler, pela fisioterapeuta Vivian Domit Pasqualin, pela psicóloga Lesle Maciel e Daniela Matheus e pela fonoaudióloga Izabella Pedriali de Macedo. A primeira parte do encontro é destinada a palestra, que no mês de julho será ministrada pela fonoaudióloga Izabella. Na segunda parte, todos os especialistas do grupo estarão à disposição para o esclarecimento de dúvidas relacionadas ao zumbido.
A otorrinolaringologista Rita, coordenadora do GIPZ Curitiba, ressalta que nove em cada 10 pacientes com zumbido tem perda de audição e é importante esclarecer esta relação claramente. “Infelizmente, muitos profissionais que não tem conhecimento suficiente sobre o zumbido disseminam informações incorretas sobre o problema. Entre os mitos mais comuns estão que o zumbido causa surdez e que ele não tem cura. Mas os pacientes podem ficar tranquilos, pois nenhuma destas afirmações são verdadeiras. A verdade é que a perda auditiva aumenta os riscos do surgimento do zumbido”, destaca.
Considerada a principal causa de zumbido, a perda de audição deve ser tratada de maneira precoce para otimizar os resultados do tratamento e evitar sequelas. As lesões que comprometem as estruturas do ouvido são irreversíveis e os cuidados com a saúde auditiva são fundamentais em qualquer idade. “O zumbido é um sintoma que denuncia algum problema ou patologia auditiva e distúrbios que prejudicam a saúde em geral, como alterações metabólicas e problemas cardiovasculares. Ele é mais comum em idosos, mas pode surgir em qualquer fase da vida”, observa.
Rita explica que a ausência de sons nas vias auditivas estimula o cérebro a perceber com mais intensidade e frequência os ruídos internos do organismo. O zumbido é um som percebido na cabeça ou nos ouvidos sem fonte externa, por isso a perda de audição aumenta a sua percepção. “Na maioria dos casos de pacientes com problemas auditivos e zumbido, é indicado o uso de aparelhos de audição. Eles quebram o silêncio e preenchem os ouvidos com som, ocupando a atenção do cérebro. Desta forma, o zumbido fica em segundo plano e o paciente passa a ter mais qualidade de vida”, afirma.
A hipersensibilidade aos sons é outra queixa comum entre as pessoas que sofrem com zumbido. A sensibilidade é resultado de lesões na cóclea, estrutura interna do ouvido ou das vias auditivas, que também podem favorecer o aparecimento do zumbido. “Quatro em cada 10 pacientes com zumbido têm hipersensibilidade auditiva. As principais recomendações nestes casos é evitar o silêncio e nunca usar tampões ou objetos que impeçam a entrada de sons nos ouvidos, pois eles acabam forçando a amplificação dos ruídos que estão abafados. Sem barulho, as vias auditivas ficam destreinadas, agravando a situação”, alerta Izabella.
A fonoaudióloga aponta que o paciente que apresenta intolerância a sons deve ser submetido a uma série de exames que identificam o tipo de hipersensibilidade. A partir dos resultados é possível indicar o tratamento mais adequado. “São quatro tipos de hipersensibilidade: a hiperacusia, a fonofobia, a misofonia e o recrutamento auditivo. Cada um possui uma forma de intolerância, por isso as estratégias de intervenção são diferentes. Algumas pessoas relatam que nem mesmo os sons do cotidiano, em níveis normais, são suportáveis e causam muito desconforto”, acrescenta.

Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009) 
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR 
Blog: http://canaldoouvido.blogspot.com 
Email: ritaguimaraescwb@gmail.com 
Telefone: 41-3225-1665 
Endereço: Rua João Manoel, 304 Térreo, Bairro São Francisco, Curitiba PR.