Uma boa noite de sono contribui para manter o corpo saudável


Dormir pouco ou mal afeta o cérebro e favorece o surgimento de doenças e distúrbios que prejudicam a saúde.

De acordo com um levantamento realizado pelo instituto Ipsos Public Affairs, um terço da população brasileira não dorme a quantidade de horas que consideram suficientes para descansar. A privação de sono atinge mais as mulheres do que os homens - elas são mais preocupadas e passam noites em claro por causa dos filhos. "O Brasil está entre os países que mais consomem remédios para dormir. A falta de boas noites de sono causa diversos malefícios para a saúde mental, física e emocional", ressalta o ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler, especialista em distúrbios do sono da Köhler Ortofacial.

A pesquisa também apontou que a principal razão para o sono ruim é a necessidade de dormir tarde e acordar cedo. O estresse e as preocupações do cotidiano ficam em segundo lugar. Segundo Gerson, membro da Sociedade Brasileira de Sono, o organismo realiza funções vitais durante o período noturno. "Enquanto dormimos, o corpo realiza o metabolismo anabólico, os órgãos se recuperam das funções realizadas durante o dia e a memória é consolidada. O amadurecimento do sistema nervoso central também depende do sono", explica.

Um estudo publicado na Frontiers in Neuroscience e realizado por pesquisadores do Allen Institute for Brain Science e SRI International, relaciona a redução da velocidade das funções cerebrais a má qualidade de sono. A maioria dos neurônios é afetada quando o indivíduo dorme pouco e as áreas do cérebro mais prejudicadas são o neocórtex, as amígdalas cerebrais e o hipocampo. "Estes órgãos comandam a memória, as emoções e a cognição. A privação de sono causa déficits na cognição, atenção e concentração, altera as emoções e afeta a memória", destaca.

Dormir pouco também favorece o surgimento de diversas patologias, como obesidade, problemas cardiovasculares, hipertensão, depressão, diabetes, fadiga crônica, ansiedade e impotência sexual. O ronco, a insônia e a síndrome da apneia obstrutiva do sono são os distúrbios mais comuns que afetam o sono. "A apneia é caracterizada pela interrupção repentina e breve da respiração. Os episódios podem se repetir várias vezes durante a noite, reduzindo a oxigenação do cérebro", esclarece Juarez Köhler, especialista em Ortodontia, Ortopedia Facial, com atuação voltada também aos distúrbios do sono (ronco, apneia obstrutiva e bruxismo - apertamentos repetitivos da musculatura mastigatória).

As interrupções da respiração provocadas pela apneia impedem que o sono progrida para as suas fases mais profundas. Mesmo quando o fluxo de ar não é interrompido totalmente, mas é reduzido de 30% a 50%, caracterizando a hipopneia, a saúde é afetada. Sudorese noturna, dores de cabeça matutinas e redução da libido são outras queixas comuns dos pacientes. "Os distúrbios do sono atingem pessoas de qualquer idade, inclusive crianças. A polissonografia (um exame específico, que descreve a 'arquitetura' do sono) ajuda no diagnóstico e o tratamento deve ser realizado - na dependência da gravidade de cada caso - em parceira com profissionais da Medicina do Sono e da Odontologia do Sono", acrescenta Juarez.

Segundo o professor Gerson a Odontologia dos Distúrbios do Sono tem evoluido sobremaneira, tanto na parte científica quanto técnica/tecnológica, propiciando uma das formas de tratamento que é mais fácil adaptação, utilizando os aparelhos intrabucais que possibilitam fazer o ar inspirado pelo nariz passar pela orofaringe (a região da faringe que faz contato com a boca) sem sofrer com as obstruções que ali podem estar presentes.

Para dormir melhor, a chamada 'profilaxia para um bom sono', os dois especialistas recomendam:

- Evitar a ingestão de bebidas com cafeína ou álcool seis horas antes de dormir;

- Estabelecer horários para deitar e levantar;

- Manter o quarto sempre limpo e arejado;

- Evitar a claridade para criar um ambiente adequado para dormir;

- Não realizar refeições próximas do horário de ir para a cama e dar preferência a alimentos mais leves;

- Evitar cochilos durante o dia;

- Praticar atividades físicas regularmente. Os exercícios devem ser realizados até quatro horas antes de dormir.

- Os adultos devem dormir no mínimo seis horas e no máximo nove horas por noite;

- Relaxar antes de deitar ajuda a reduzir o ritmo do corpo e a dormir melhor;

- Evitar assistir televisão ou usar o computador antes de dormir, pois a luz emitida afeta o envio de substâncias que avisam a hora certa para descansar.

Doutor Gerson Köhler (CRO 3921 - PR)

Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial

Site: http://www.kohlerortofacial.com.br

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