Fumantes têm mais chances de sofrer com doenças periodontais, perder dentes e ter câncer bucal.
Nos
últimos dez anos, 50 milhões de pessoas morreram por causa do consumo
de tabaco. O tabagismo ainda é responsável por cerca de 15% de todas as
mortes de homens adultos e 7% das mulheres. Os dados são do relatório da
Fundação Mundial do Pulmão FMP, divulgado em março deste ano. A FMP e a
Sociedade Americana do Câncer apontam que a projeção até o fim do
século não é animadora - pelo menos um bilhão de pessoas morrerão devido
o consumo e a exposição ao tabaco caso o cenário atual não mude. Por
isso é fundamental aproveitar Dia de Combate ao Fumo, 29 de agosto, para
conscientizar a população sobre os males do vício.
Com mais de cinco mil substâncias nocivas a saúde, a fumaça do
cigarro afeta todas as partes do corpo, desde a pele até os órgãos
internos. A boca, área que entra em contato direito com os produtos
fumígenos, também sofre com os malefícios do tabaco. "Os fumantes têm
duas vezes mais chances de perder dentes, as glândulas salivares ficam
inflamadas, o mau hálito é persistente e o fumo causa doenças que
atingem as gengivas e ossos do entorno dos dentes", aponta o
ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler, integrante da equipe
interdisciplinar da Köhler Ortofacial.
As substâncias químicas presente no cigarro são responsáveis pelo
ressecamento da boca, o que prejudica a atuação dos anticorpos presentes
na saliva e favorece o surgimento de cáries. A cor amarelo-acastanhada
dos dentes é resultado da impregnação de nicotina e alcatrão em suas
estruturas. "A coloração escura compromete a estética bucal e a saúde
dos dentes, que perdem sua proteção natural e podem ser perdidos de
maneira prematura. Já os problemas na gengiva são provocados pela má
circulação de sangue na região", explica.
Os elementos usados na fabricação do cigarro, entre eles nicotina,
solventes, nitrosaminas, benzopiremo, metais pesados, níquel, arsênio,
amônia, formol e monóxido de carbono, provocam lesões nos tecidos
bucais, predispondo o fumante a feridas potencialmente cancerizáveis.
"Os lábios, a língua, o palato (ou 'céu da boca') e as bochechas são os
locais de maior incidência do câncer de boca. Quem - adicionalmente -
fica exposto à luz solar regularmente tem mais chances de desenvolver
também lesões cancerígenas nos lábios", esclarece Juarez Köhler,
especialista em Ortdontia e Ortopedia Facial da Köhler Ortofacial.
Juarez ressalta que manchas brancas ou avermelhadas, caroços,
bolinhas endurecidas, ferimentos que não cicatrizam e feridas, dolorosas
ou não, são indícios que podem levar a suspeita de câncer bucal. "O
indivíduo deve ficar atento, pois o tratamento precoce aumenta as
chances de cura. Os principais entraves para a demora no diagnóstico da
doença é a demora em consultar um especialista da área odontológica e a
dificuldade dos profissionais de considerar a hipótese de câncer mais
rapidamente. Assim que os sintomas surgirem, a recomendação é procurar
um odontologista ou oncologista", orienta.
O professor Gerson enfatiza que os fumantes devem consultar um
odontologisita a cada seis meses para prevenir as lesões cancerígenas e
possibilitar a intervenção precoce caso elas ocorram. O especialista
observa que os danos bucais causados pelo tabaco podem surgir e
permanecer mesmo quando a pessoa acredita que fuma pouco. "O tempo é
relativo, para alguns pode ser pouco e para outros pode ser muito. De
qualquer forma, os efeitos noviços residuais para os tecidos bucais se
instalam e persistem no organismo por um razoável período após o
indivíduo largar o vício", alerta.
Os dois especialistas destacam que várias pessoas acreditam que os
procedimentos clareadores das coroas dentárias podem minimizar os
efeitos nocivos e potencialmente cancerígenos do cigarro sobre as
mucosas bucais, o que não é verdade. "Isto é um mito. Clarear os dentes
pode eliminar o aspecto antiestético causado pela cor escura dos dentes,
mas o procedimento não é capaz de evitar os males do tabaco e não
consegue manter os dentes mais claros se o paciente continuar fumando",
finaliza Gerson, professor convidado da pós-graduação da Universidade
Federal do Paraná (UFPR) desde 1988.
Doutor Gerson Köhler (CRO 3921 - PR)
Especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial
Site: http://www.kohlerortofacial. com.br
E-mail: kohler1@uol.com.br
Fone: 41 3224.4883/3013-0183
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