Movimentos musculares podem aumentar percepção do zumbido

No GIPZ de agosto, a fisioterapeuta explicou como a contração dos músculos influencia o zumbido e o tratamento adequado.


No último dia 03 de agosto, as 14 pessoas provindas do Blog Canal do Ouvido e por indicação médica participaram da reunião do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba) aprenderam um pouco mais sobre a atuação do fisioterapeuta nos pacientes com zumbido. Este foi o tema da palestra proferida no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná pela fisioterapeuta Vivian Domit Pasqualin, integrante da equipe voluntária e interdisciplinar do GIPZ. "A contração dos músculos pode provocar alterações na intensidade ou qualidade do zumbido e pacientes nesta condição devem ser acompanhados por uma fisioterapeuta", afirma.


No Brasil, a cada 100 habitantes, 17 sofrem com zumbido. O ruído, percebido nos ouvidos ou na cabeça, é um sintoma de alguma doença ou distúrbio que está afetando o organismo. Os movimentos que contraem a musculatura, principalmente na região da cabeça e do pescoço, afetam o zumbido de 10% dos pacientes. "O barulho é causado pela interação dinâmica de centros auditivos e não auditivos do sistema nervoso, como o sistema somatossensorial, responsável pelo envio de dados ao cérebro sobre as sensações físicas", destaca Vivian.



Quando o paciente passa por momentos de nervosismo, estresse ou exposição prolongada a ruídos, as contrações musculares favorecem a percepção do zumbido e o paciente se queixa que o barulho está ‘mais alto’. "Na realidade, o zumbido não sofre alteração de volume, é o cérebro que dá mais atenção ao ruído e a pessoa passa a percebê-lo com mais intensidade. Sem filtrar o zumbido, seus estímulos ficam constantemente nas vias auditivas, causando a impressão de que ele está mais forte", esclarece a fisioterapeuta.



As contrações musculares podem alterar os sons nas vias auditivas até mesmo de pessoas que não tem zumbido. Isto acontece quando as vias auditivas estão sobrecarregadas pelo fato dos sinais de mais de um sistema estarem sendo enviados por um mesmo canal. "Ao contrair os músculos do rosto, cabeça, pescoço ou outras partes do corpo, a pessoa percebe as modulações. Os pacientes com zumbido podem percebê-lo mais ou menos dependendo da movimentação. Os movimentos também podem desencadear o sintoma", aponta.



Vivian observa que os pacientes com zumbido somatossensorial, relacionado aos músculos, normalmente apresentam zumbido unilateral, audiometria simétrica e tensão muscular. Entre as estratégias de tratamento estão alongamento, massagem e dicas para soltar os músculos e evitar que eles fiquem presos. "O diagnóstico deve ser feito por um especialista em otorrinolaringologia. O profissional deve identificar a causa do zumbido e indicar o tratamento correto com acompanhamento interdisciplinar", destaca Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista e otoneurologista coordenadora do grupo.



Informação beneficia pacientes com zumbido



Rita declara que o grupo tem como missão trazer informações atualizadas sobre o zumbido, suas causas e seus tratamentos para quem sofre com o problema. "As reuniões acontecem de março a dezembro, são gratuitas e todos são bem vindos. A primeira parte do encontro é destinada a palestra por um dos especialistas do GIPZ. Na segunda parte, os presentes podem fazer perguntas e compartilhar suas experiências", afirma.



Durante a explanação da palestrante Marco Antônio Fabeni perguntou se no caso dele, que já havia feito exames audiológicos   e não teve alteração, havia possibilidade do seu zumbido ser relacionado a musculatura. Vivian diz que há grande probabilidade de ser sim, mas que isso só pode ser confirmado após uma avaliação mais detalhada.



Já Hugo Freitas Peres questionou a psicóloga Daniela Matheus sobre a persistência do seu zumbido ser de origem psicológica, após sua causa já ter sido solucionada, a psicóloga disse que após algumas sessões de terapia o zumbido já não é a queixa principal, já que o zumbido é apenas um sintoma de algo não esta bem. A participação do pequeno grupo trouxe dinamismo e troca para o evento. 


O próximo encontro será no dia 14 de setembro e terá como palestrante a Dra. Rita Guimarães membro do GAPZ. O tema discutido será "Noções sobre os vários tipos de tratamento do zumbido." As reuniões acontecem sempre no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e quem quiser colaborar pode levar um produto de higiene. Mais informações sobre o próximo encontro podem ser obtidas através do fone  (41) 3225-1665.