Processo de
envelhecimento e exposição a sons intensos são as principais causas da perda de
audição.
Mais
de nove milhões de brasileiros possuem algum tipo de deficiência auditiva,
segundo dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). Do total, 7,5 milhões de pessoas possuem alguma limitação,
1,8 milhão tem grande dificuldade e 347 mil não conseguem ouvir. “A perda de
audição é irreversível, já que não é possível reverter às lesões que causaram o
comprometimento das estruturas do ouvido interno”, destaca a otorrinolaringologista
e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães.
O
envelhecimento é umas das principais causas da perda de audição. Conforme a
idade avança, as células auditivas envelhecem e morrem e não há a reposição
destes componentes. Com a redução no número das células ocorre a perda auditiva
de maneira progressiva. “O indivíduo não percebe quando este processo tem
início e só se dá conta de que a audição está reduzida quando a situação está
avançada. É fundamental ficar atento aos sinais que apontam alguma alteração
auditiva, como dificuldades para ouvir sons na mesma altura do que outras
pessoas e falar alto demais”, aponta.
Outros
indícios da perda de audição são zumbido, problemas para entender a fala e
sensação de tontura. A audição ainda pode ser comprometida pela exposição
intensa a ruídos, seja no trabalho ou no lazer, como as baladas do fim de
semana. Os cuidados com os ouvidos devem ser constantes para adiar o
comprometimento das vias auditivas. “As pessoas que trabalham em locais com
barulho intenso devem usar protetores auriculares. Este recurso ajuda a evitar
a perda auditiva e a proteger os ouvidos de possíveis lesões que o ruído pode
causar”, recomenda.
Apenas
os sons que atingem até 85 decibéis (dB) são considerados toleráveis. Se este
limite for ultrapassado – conforme o tempo de exposição e a intensidade sonora
– pode haver comprometimento nas estruturas auditivas. “A perda auditiva
prejudica não apenas a parte física, mas também afeta aspectos psicossociais. O
paciente fica constrangido por não conseguir se comunicar normalmente e acaba
se isolando. Afastado socialmente e sem a atenção adequada da família e dos
amigos, o indivíduo se sente solitário e na maioria das vezes o quadro evolui
para um estado depressivo”, observa.
Para
detectar qualquer alteração na audição é necessário ir a uma consulta com um
otorrinolaringologista, profissional que possui conhecimentos aprofundados
sobre os ouvidos, seu funcionamento e suas doenças. “O problema pode ser
identificado já na consulta inicial, mas mesmo assim é preciso fazer o exame
audiométrico, que permite um diagnóstico mais concreto. Outras avaliações
complementares também podem ser solicitadas, com o objetivo de analisar melhor
a situação e indicar o tratamento mais adequado”, enfatiza.
Existem
várias estratégias de tratamento da perda auditiva, sendo que a indicação de
uso de aparelhos auditivos é a mais comum. Cerca de 95% dos pacientes conseguem
se beneficiar da amplificação sonora, que está cada vez menos visível, invasiva
e mais eficaz. “Cada caso é único e por isso estão disponíveis no mercado
vários modelos diferentes, que atendem a variadas necessidades”, afirma a
médica, responsável pelo Setor de Otoneurologia da
Unidade Funcional de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da Universidade
Federal do Paraná (UFPR).
Os
aparelhos auditivos são adaptados nos ouvidos de acordo com o grau de perda de
audição e a vida auditiva do paciente. Existem modelos colocados atrás da
orelha, chamados de adaptação aberta, que não são visíveis quando se olha de
frente ou de perfil, e modelos fabricados de acordo com o tamanho do ouvido do
paciente, por meio do molde do conduto auditivo. “O aparelho é indicado dentro
de um tratamento completo, que exige seleção, adaptação e
acompanhamento. A regulagem deve ser feita periodicamente para assegurar a
eficácia deste recurso e casos com maior dificuldade de compreensão dos
sons da fala requerem treinamento auditivo após a adaptação dos aparelhos
auditivos”, acrescenta Rita, coordenadora do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba
(GIPZ Curitiba).
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR
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