Empresas devem dar orientações de como utilizar corretamente a internet


Estratégias como monitoramento e privilégio de acesso ajudam a evitar mau uso de recursos digitais no ambiente corporativo.

A rápida evolução nos meios de comunicação pegou várias pessoas e empresas de surpresa. Com a popularização dos recursos digitais a aquisição da tecnologia ficou fácil, mas como lidar com os conflitos que o uso da internet e suas ferramentas podem gerar no mundo corporativo? Não existe uma resposta pronta, mas é possível adotar boas práticas que inibem o mau uso pelos funcionários e contribui para a produtividade no ambiente de trabalho.

Segundo Sidney Alves, gestor de carreira da empresa de recursos humanos RH Capital Curitiba, não é fácil gerenciar o uso dos recursos digitais. A empresa tem a obrigação de orientar os funcionários quanto à utilização correta das ferramentas eletrônicas e salientar a postura que é exigida em relação à internet. “Elaborar cartilhas, promover palestras e campanhas internas de conscientização são alternativas que proporcionam bons resultados”, afirma.

Deixar as regras do jogo bem claras a todos os colaboradores é fundamental para que haja um bom comportamento e também livra a empresa da acusação de omissão, por exemplo, em alguma situação ilegal. “A companhia é responsável pelas coisas que acontecem em sue interior. A internet é uma extensão do ambiente corporativo e o email leva o nome da organização. Por isso o envolvimento de funcionários em casos de assédio ou pedofilia pode comprometer o empregador se não houver regras”, observa.

Alves destaca que é preciso divulgar as regras, permissões, proibições e punições internas e judiciais se alguma norma ligada ao uso dos recursos digitais for violada. “Orientações sobre os sites que são permitidos, o uso do email corporativo e boas práticas em relação aos itens digitais da empresa que são disponibilizados para os funcionários como smartphone, pen drive e notebook são apenas alguns dos temas que devem ser abordados”, acrescenta.

A empresa pode monitorar o conteúdo acessado pelos colaboradores, desde que todos estejam cientes do controle. Este tipo de ação é considerada legal perante a lei, mas é necessário ética e cautela. “O bloqueio ao acesso de determinados endereços eletrônicos também é uma maneira de proteger a organização, levando em consideração que o livre acesso a rede pode ter como consequências perda de produtividade, riscos com relação à segurança dos dados da empresa e desperdício de tempo do funcionário”, enfatiza.

Para acompanhar cada passo dos profissionais no computador uma tática eficiente é criar identidades virtuais. A identificação inibe atos ilícitos, crimes, abusos e atividades antiéticas, que normalmente ocorrem no anonimato. “Cada funcionário deve ter a sua própria senha, que deve ser segura e não pode ser divulgada a terceiros, nem mesmo a colegas de trabalho para garantir a sua própria segurança. Estabelecer diferentes níveis de acesso é outra estratégia interessante”, esclarece.

A liberdade de acesso pode ser diferenciada conforme as atividades exercidas pelo colaborador e as necessidades de cada cargo. Os níveis de privilégio no acesso aos recursos digitais aumentam a responsabilidade dos usuários e a intensidade das punições. “Outra recomendação é orientar os funcionários em relação ao descarte correto das mídias digitais. CDs, pen drives e outras ferramentas devem ter todo o conteúdo apagado ao serem inutilizados”, ressalta.