Pacientes contam a sua luta contra o zumbido


Reunião de grupo de apoio apresenta casos de sucesso do tratamento do sintoma que pode ser causado por mais de 200 fatores.

Com uma sala repleta de pacientes novatos e veteranos, a reunião de dezembro do Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GAPZ), que aconteceu hoje (02/12), renovou a esperança de quem sofre com o zumbido. O evento, que contou com a presença de quase 30 pessoas, foi destinado à apresentação de casos de sucesso do tratamento do zumbido e três pacientes que tiveram conquistas importantes para a sua saúde compartilharam a sua experiência com o problema.
Dirce Maria do Vale foi a primeira a contar a sua história. Há cincos, em uma manhã que deveria ser como outra qualquer, Dirce ouviu pela primeira vez um barulho dentro da sua cabeça. Três semanas depois veio a crise de tontura, seguida de náuseas, perda de audição, e o zumbido continuava presente. “Fui caminhando de médico em médico e as crises só pioravam. Até que um dia conheci a dra?. Rita e sua equipe e comecei a tratar o que eu realmente eu tinha: doença de Ménière”, conta se referindo a otorrinolaringologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, coordenadora do GAPZ Curitiba.
Depois do diagnóstico correto, Dirce fez o tratamento, mudou hábitos alimentares e cortou o açúcar da dieta por mais de um ano. Com a saúde estabilizada fez uma viagem, abusou dos doces e as crises voltaram. “Tive que recomeçar o tratamento. Depois meu marido faleceu e novamente voltei à estaca zero. Me tratei, passei a usar aparelho auditivo e hoje faz um ano e dois meses que não tenho mais crises e o zumbido, quando o percebo, não me incomoda mais”, revela. Rita explica que a doença de Ménière prejudica a audição e o equilíbrio e tem uma forte relação com o açúcar, por isso a manutenção da dieta é fundamental.
José Sehbe foi outro paciente que esteve presente no evento para contribuir com a sua experiência. Depois de tratar uma hérnia de disco, José sofreu com os efeitos colaterais dos medicamentos usados. O paciente teve que fazer alguns exames e descobriu que estava com perda de audição. “Passou um tempo, eu tive que fazer uma cirurgia devido a outro problema de saúde e acabei pegando uma infecção hospitalar. Depois de tomar vários antibióticos passei a ficar com fobia de locais barulhentos, não podia ir nem na praça de alimentação do shopping”, ressalta.
No fim de 2010, José percebeu o zumbido, um barulho que se tornou insuportável em sua cabeça. Mais uma vez passou por diversos especialistas, mas o problema não era resolvido e a depressão agravou o quadro. “Me falaram sobre o GAPZ, então pesquisei na internet e procurei mais informações. Comecei meu tratamento com a dr.? Rita, que diagnosticou a perda de audição e indicou o uso de aparelho  auditivo. No começo eu relutei um pouco, mas depois que passei a usá-lo o zumbido sumiu e não tenho mais fobia do barulho, me sinto muito confortável”, declara.
Rita também convidou Tereza Menegasso, que sofre com zumbido há 10 anos. A paciente relata que o barulho era tão insuportável que ficou com pânico por causa do problema. Depois de ouvir de vários especialistas que o zumbido não tinha cura, Tereza estava desanimada. “Me passaram o telefone da dr. Rita e fui me consultar. Ela me orientou e indicou a leitura do livro ‘Quem disse que o zumbido não tem cura’. Eu li na mesma tarde e no outro dia eu quase não ouvi o ruído. Eu estou muito feliz, o zumbido diminuiu muito”, destaca.
A otorrinolaringologista esclarece que o aspecto emocional influencia muito a percepção do zumbido, como mostra o caso de Tereza. Mesmo com o diagnóstico incompleto, já que a paciente ainda está fazendo exames, só o fato de receber informações corretas sobre o zumbido fez com que a percepção do ruído fosse reduzida de maneira significativa. “Estes três casos ilustram diferentes situações relacionadas com o sintoma zumbido - doença de Ménière, perda de audição e fatores emocionais. Isto é importante para que os pacientes que estão começando agora saibam que é possível tratar o problema”, enfatiza.
Para Rita e toda a equipe do GAPZ, composta pelo ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler, a fisioterapeuta Vivian Domit Pasqualin, a psicóloga Lesle Maciel e a fonoaudióloga Izabella de Macedo, as reuniões são fundamentais para quem sofre com o zumbido. “Estudos confirmam que as orientações melhoram a qualidade de vida dos pacientes. Este foi o último encontro do ano, houve a tradicional confraternização com os pacientes e agora esperamos todos em março, para mais um ano de vitórias”, convida Köhler.
A próxima reunião do GAPZ será no dia 02 de março de 2012, às 14 horas, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. A palestra terá o tema “O que é zumbido e seus graus de incômodo”. Quem quiser participar pode agendar a sua presença pelo telefone (41) 3225-1665. A entrada é livre e são aceitas doações de produtos de higiene pessoal.

Serviço: Grupo de Apoio a Pessoas com Zumbido
Próximo encontro: 02 de março de 2012
Tema: O que é zumbido e seus graus de incômodo
Palestrante: Rita de Cássia Cassou Guimarães, otorrinolaringologista, otoneurologista e coordenadora do GAPZ Curitiba
Horário: a partir das 14h
Local: 5º andar anexo B do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná
Agendamento de presença e mais informações: (41) 3225-1665
Entrada livre