Especialista fala sobre a cirurgia que deixa os seios
maiores e mais bonitos e dá dicas sobre a prótese e o período pós-operatório.
O implante de silicone nas mamas é
a cirurgia plástica preferida das brasileiras. De acordo com a Sociedade
Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a colocação de próteses nos seios
corresponde a 21% de todas as cirurgias estéticas realizadas no Brasil, cerca
de 110 mil intervenções por ano. “Além do número de cirurgias aumentar cada vez
mais, o tamanho das próteses também estão ficando maiores. A maioria das
mulheres escolhe implantes de 300 ml ou mais para colocar nos seios”, ressalta
o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, membro da SBCP.
Existem dois tipos de silicone no
mercado, o gel e o líquido. No caso dos implantes de silicone de uso médico, a
substância deve ser em gel e de alta coesividade, o que impede que o material
escorra ou se desloque de um lugar para outro. “O recomendado é que as próteses
fossem trocadas de 15 a 20 anos após a cirurgia. Depois dos problemas com duas
marcas de próteses, a recomendação passou a ser de 10 em 10 anos. Para trocar é
feita a retirada parcial ou total da cápsula que o organismo forma em volta da
prótese e é feita a troca do implante”, explica.
São várias as técnicas para a colocação
da prótese dos seios. O implante pode ser realizado na aréola, axila, sulco dos
seios e até pelo abdômen. A escolha varia conforme a condição da paciente e da
escolha do médico. “Se a prótese for colocada pela aréola há três opções de
corte. A primeira é a meia-lua, na qual é feita uma incisão entre a linha da
pele e da aréola. A segunda é a linha reta, quando o cirurgião faz um corte
reto, cortando o mamilo ao meio. E a terceira é a mistura das duas anteriores,
um corte reto no meio da aréola e circular no mamilo”, esclarece.
Segundo Pacheco, a incisão pela
axila é pouco usada atualmente devido à inflamação do linfonodo sentinela – principal
gânglio linfático a receber a drenagem de um câncer - durante a cirurgia, o que
pode atrapalhar a avaliação da extensão da doença no organismo. “O mais comum é
fazer a incisão do sulco mamário e o areolar. O corte do sulco mamário é
considerado a melhor opção para tratar um possível queloide. No caso da aréola
ainda há a questão estética, já que esta é a primeira parte do seio a ser vista”,
afirma o
especialista, mestre em Princípios da Cirurgia utilizando o laser.
Para
assegurar o sucesso do implante de silicone, a paciente deve ficar em repouso
por pelo menos 30 dias. Nada de esforços físicos, movimentar os braços em
excesso, molhar os curativos ou se expor ao sol ou a friagem. “É preciso
obedecer rigorosamente às instruções que serão dadas na alta hospitalar,
especialmente aos aspectos ligados a movimentação dos membros superiores e as
massagens. Deve ser feito um controle pós-operatório nos dias e horários
marcados com o médico e a alimentação é normal, salvo em situações especiais”,
acrescenta.
No
que diz respeito à recuperação, Pacheco ainda faz um alerta para as pacientes. “Devido
ao fato da pessoa estar se sentindo muito bem, ela pode se esquecer de que
passou por uma intervenção cirúrgica recentemente e fazer esforços prematuros
que poderão trazer prejuízos ao corpo e aos resultados da operação. É
necessário cuidado até durante as relações sexuais, para não mexer os braços. De
qualquer forma estas atividades são liberadas após três semanas”, observa.
Mesmo após a liberação médica, na volta aos exercícios físicos só são
permitidos treinos para as pernas e barriga.
Para
não cair em roubadas, a paciente deve se certificar se o médico é credenciado
na SBCP. Outras precauções são solicitar a liberação da prótese na Anvisa,
analisar se o gel é coesivo no interior da prótese, verificar a origem do gel e
do implante, observar o local onde a prótese foi fabricada e onde foi montada e
solicitar outras próteses da mesma marca para apalpar e conhecer o produto. “Buscar
referências com outras mulheres que já fizeram a cirurgia também é fundamental”,
finaliza Pacheco.
Doutor Alderson Luiz Pacheco (CRM-Pr 15715)
Cirurgião Plástico
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