Comer fora de casa pode ser perigoso para a saúde

 

De acordo com dados da pesquisa sobreConsumo Alimentar Pessoal no Brasil, realizada pelo IBGE e divulgada emsetembro, 40% dos brasileiros fazem alguma refeição fora de casa todos os dias.“O perigo está no que é consumido. Apesar dos restaurantes e lanchonetesoferecem algumas opções mais saudáveis, a maioria das escolhas não sãoadequadas para a saúde do organismo”, observa Paulo Edson Reis Jacob Neto,professor de Medicina Ortomolecular e presidente do Sindicado dos Terapeutas doRio de Janeiro (Sinter-RJ).

Maior participação da mulher no mercado de trabalho, aumento da renda ecorreria do dia a dia são apenas alguns dos fatores que contribuíram para asmudanças de hábitos na sociedade brasileira. As despesas com alimentaçãoexterna saltaram de R$ 59,1 bilhões em 2002 para R$ 121,4 bilhões este ano,segundo a consultoria Data Popular. “A falta de rotina, na qual os horáriospara as refeições são pré-estabelecidos, também contribui para a alimentaçãoerrada”, afirma Paulo.

Frituras, alimentos industrializados, doces, refrigerantes e massas sãofigurinhas carimbadas no cardápio de quem não costuma comer somente em casa. Asconsequências do consumo em excesso de gordura, sódio, açúcar e a deficiênciade certos nutrientes são maléficas ao corpo. “Doenças cardiovasculares,hipertensão, obesidade, diabetes, alterações nos níveis de colesterol,problemas renais e graves consequências para a visão, audição e até mesmo parao cérebro”, aponta.


O sistema digestório também é um dosque mais saem prejudicados. Úlcera péptica, gastrite, apendicite, prisão deventre e distúrbios hepáticos fazem parte da lista de consequências negativasdos maus hábitos alimentares. “A alimentação inadequada também contribui para aelevação dos radicais livres no organismo, doença chamada de estresseoxidativo. O problema está associado ao surgimento de males no estômago. Odéficit de nutrientes, a adubação química e o uso de agrotóxicos também causamdesequilíbrios”, observa.
Paulo ensina que para minimizar os riscos de sofrer com estresse oxidativo épreciso evitar o consumo de determinados alimentos, como o trigo branco, oleite, o açúcar e outros alimentos que aumentam a acidez do sangue. “Estesalimentos causam um processo inflamatório, denominado glicação, que atinge osórgãos do sistema digestório. A inflamação impede que as funções químicas docorpo fiquem no correto estado de equilíbrio chamado de homeostase”, esclareceo médico.

Outra recomendação fundamental é manter o corpo ativo e a mente tranquila. Aprática regular de exercícios físicos e a parte espiritual são importantes paraque o sistema imunológico produza as defesas naturais do organismo. “Asterapias naturais contribuem para o equilíbrio físico e mental. Massoterapia,florais, aromaterapia, reiki, shiatsu, drenagem linfática, trofoterapia,fitoterapia, acupuntura, cromoterapia, geoterapia,oligoterapia, nutrição ortomolecular, hidroterapia, quiropraxia enaturologia são apenas algumas das opções”, acrescenta.

Um cuidado importante diz respeito à higienização dos alimentos. Paula enfatizaque a falta de qualidade da água e o uso de derivados de cloro para a limpezados alimentos são prejudiciais a saúde. “O ideal é utilizar produtos dequalidade orgânica como bicabornato de sódio e vinagre de maçã para a lavagemdas frutas, verduras e legumes. Os machucados devem ser retirados com uma facae as folhas devem ser bem lavadas, sempre conferindo se há algum bicho ousujeira”, recomenda.

Para quem deseja manter uma alimentação saudável, o médico aconselha a evitar oconsumo de alimentos industrializados e dar preferência aos elementos naturais.“É necessário fazer um intervalo de três a quatro horas entre cada refeição,independentemente da idade da pessoa. A quantidade depende das necessidades decada um e deve ser adequada também a realidade pessoal. Alguns possuem ometabolismo mais rápido e gastam mais energia, enquanto outros processam osnutrientes mais devagar, por exemplo”, finaliza.