Implante salino ou de silicone?


Cirurgião plástico explica as diferenças de cada prótese e aponta os prós e contras que podem influenciar a escolha.
A colocação de prótese de silicone nas mamas está em uma das primeiras posições do ranking das cirurgias plásticas mais realizadas no Brasil. Na Clínica Michelangelo de Cirurgia Plástica, a prótese mamária foi responsável por 25% das plásticas realizadas no mês de setembro – com o percentual de 38%, a lipoaspiração foi o procedimento mais realizado. “Muitas pacientes aproveitam e fazem as duas cirurgias, a lipo e o aumento dos seios”, destaca o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco, diretor e proprietário da Clínica Michelangelo.
Apesar de ser a mais conhecida, a prótese de silicone não é única utilizada para aumentar os seios. Nos Estados Unidos, o chamado implante salino se tornou comum devido a determinações da Food and Drug Administration (FDA), agência norte-americana que regula produtos alimentícios e farmacêuticos. Nos anos 90, a FDA proibiu o uso de implante de silicone no país e os médicos adotaram a prótese salina como uma alternativa para o aumento dos seios. “Em 2006, os implantes de silicone foram liberados pela FDA, mas a prótese salina continua sendo muito utilizada nos EUA”, afirma.
A principal vantagem do implante salino em relação ao seu concorrente está no fato do organismo ser capaz de absorver o conteúdo sem danos caso haja algum rompimento. A prótese salina também é produzida com silicone, porém, seu interior é preenchido com uma mistura de água e sal. “A solução fisiológica possui a mesma concentração de sal do organismo. A desvantagem está no fato de que o implante preenchido com água e sal tem o seu formato alterado de acordo com a posição e a pressão do enchimento”, explica.
O cirurgião aponta que há alguns anos o risco de vazamento das próteses de silicone era maior. Atualmente, elas são fabricadas com silicone em gel de alta coesividade e possuem camadas que tornam o risco de rompimento praticamente zero. “Graças aos avanços tecnológicos, os implantes estão cada vez mais seguros. O gel garante a união do conteúdo se houver rompimento, isto é, o silicone não vai conseguir vazar pelo corpo, já que não está em forma líquida”, ressalta Pacheco, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
A colocação do implante salino é realizada por meio de uma incisão no umbigo, pois ele possui uma válvula que possibilita o preenchimento com a solução fisiológica durante a cirurgia. Esta técnica não deixa cicatrizes visíveis, possui um pós-operatório menos complexo e a recuperação é rápida. Este tipo de procedimento não pode ser utilizado com próteses de silicone, que são colocadas através de cortes nos seios ou axilas. “O preenchimento deve ser feito com cuidado, já que há pode haver ondulações e a quantidade influencia a textura, firmeza e o formato dos seios”, observa.
As pacientes que optam pelo implante salino normalmente se queixam da aparência artificial dos seios, causado pela propensão a rugas na pele e pela firmeza excessiva, que denuncia a prótese especialmente em mulheres que tem pouco tecido mamário. “A aparência e as sensações falsas da prótese salina não agradam muitas pacientes. Por isso, o implante mamário salino é mais indicado para quem possui bastante tecido mamário e quando o posicionamento é intramuscular”, destaca o cirurgião, mestre em Princípios da Cirurgia Plástica utilizando Laser.
O implante de silicone propicia resultados mais naturais, além de ser mais resistente e ter durabilidade superior ao salino. A paciente é capaz de sentir o toque com praticamente a mesma sensibilidade que possuía antes da cirurgia e o contorno das mamas também ficam mais harmoniosos. “A cirurgia plástica tem como meta promover um resultado mais próximo possível da naturalidade do corpo. A decisão de qual a melhor prótese para ser usada no aumento dos seios deve ser feita a partir de um consenso entre o médio e o paciente”, acrescenta.
Doutor Alderson Luiz Pacheco (CRM-Pr 15715)
Cirurgião Plástico
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