Erros alimentares
podem desencadear o sintoma ou intensificar a sua percepção.
O Dia Mundial da Alimentação será comemorado
no dia 16 de outubro e o tema deste ano é “Cooperativas agrícolas alimentam o
mundo”. A data, celebrada pela primeira vez em 1981, tem a finalidade de convocar
os países a adotar políticas, programas e ações para eliminar a fome no mundo e
garantir a segurança alimentar dos povos. “Muitas pessoas passam fome no mundo.
Por outro lado, a alimentação inadequada e a ingestão excessiva de comida é uma
questão de saúde preocupante”, afirma Rita de Cássia Cassou Guimarães,
otorrinolaringologista e otoneurologista.
A médica explica que os alimentos
são fundamentais para o desenvolvimento, crescimento e manutenção do organismo.
Eles fornecem os nutrientes necessários para manter todas as funções do corpo
em dia. O problema é quando há ausência ou excesso de nutrientes ou elementos
que prejudicam a saúde. “A má alimentação é responsável pelo aumento no número
de pessoas obesas ou com sobrepeso e contribui para o surgimento de doenças,
como diabetes, problemas cardiovasculares e hipertensão. O sedentarismo agrava
o quadro”, destaca.
Todo
o organismo é afetado pela alimentação
rica em gorduras, açúcares e sódio. O metabolismo fica alterado e as
funções e
sistemas do corpo podem ser prejudicados. Os ouvidos, por exemplo, são
órgãos
sensíveis, que sofrem com mudanças na corrente sanguínea. “As reações
químicas entre os líquidos e as células presentes no ouvido interno são
perturbadas com o excesso de sal. Já o
excesso de glicose no sangue dificulta o transporte de nutrientes para
os
ouvidos. O excesso de açúcar e sódio ainda degenera as células auditivas
com
mais rapidez”, evidencia.
O
zumbido, um ruído interno que pode
ser ouvido na cabeça ou nos ouvidos, pode ser desencadeado por mais de
200
fatores, inclusive pela dieta inadequada. O desequilíbrio alimentar
favorece o
surgimento do sintoma ou intensifica o ruído em pessoas que já sofrem
com o
problema. “O zumbido sinaliza que alguma coisa está errada dentro do
organismo.
É necessário fazer uma série de exames para diagnosticar as principais
causas, detectar perda de audição, e descobrir a raiz do barulho que
causa incômodos
principalmente nos momentos de silêncio”, observa.
No caso da alimentação, o paciente é
orientado a fazer alguns testes para verificar se a percepção do zumbido reduz
com a eliminação de algum alimento do cardápio. Se a comida tiver influência no
ruído, o ideal é realizar uma reeducação alimentar com as orientações dadas
pelo médico. “Cafeína, teína e gordura também são vilões dos ouvidos. Café,
chocolate, refrigerantes, chá preto ou verde e chimarrão são itens que os
pacientes com zumbido devem evitar para não piorar o quadro”, ressalta Rita,
coordenadora do Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ
Curitiba).
Rita
esclarece que o zumbido pode
ter mais de uma causa, por isso o diagnóstico é feito em parceira com
outros
especialistas e o tratamento pode incluir diferentes estratégias. “Uma
alternativa que está sendo bem aceita pelos pacientes, primcipalmente
naqueles com maior percepção e incômodo pelo zumbido e que traz
resultados
extremamente positivos é a terapia sonora com um aparelho chamado de
Oasis, da
Neuromonics. A terapia consiste em retreinar as vias auditivas a partir
de
estimulação sonora com música para que o cérebro filtre o zumbido e o
paciente
não perceba mais o ruído”, enfatiza.
Na terapia sonora Neuromonics, o
paciente recebe um cartão de memória personalizado de acordo com o seu perfil auditivo.
A escolha dos estímulos sonoros é importante para que todas as áreas da cóclea,
pequena estrutura localizada no ouvido interno, sejam estimuladas. “O aparelho
deve ser usado de duas a quatro horas por dia e o tratamento dura, em média,
oito meses. O tratamento promove mais qualidade de vida ao paciente, que se
sente relaxado, dorme melhor e tem mais controle sobre o zumbido. Com este
tratamento o zumbido é filtrado por completo”, finaliza.
Dra. Rita de Cássia Cassou Guimarães (CRM 9009)
Otorrinolaringologista, otoneurologista, mestre em clínica cirúrgica pela UFPR
Email: ritaguimaraescwb@gmail.com
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