Investigação para diagnosticar causa do zumbido é rigorosa


Exames médicos e audiológicos são fundamentais para descobrir a raiz do sintoma.
O Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba) se reuniu hoje (01/06) para falar sobre os principais exames médicos e audiológicos para o diagnóstico do zumbido. O encontro, realizado sempre na primeira sexta-feira do mês, aconteceu no Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná e diversas pessoas que sofrem com o zumbido acompanharam o encontro. A otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, coordenadora do GIPZ Curitiba, e a fonoaudióloga Izabella Macedo foram as responsáveis pela palestra.

O diagnóstico das causas do zumbido - normalmente o sintoma é provocado por mais de um fator - exige uma investigação completa das estruturas do ouvido, da audição e da saúde geral do organismo. "Na primeira consulta com o otorrinolaringologista, especialista que acompanha o paciente durante todo o processo, são feitas inúmeras perguntas. É preciso saber os sintomas, as doenças presentes, o histórico clínico, se foi feito algum tratamento anterior, se há distúrbios do sono, alterações emocionais, intolerância a sons e como são os hábitos de vida do indivíduo", explica Rita.

O médico faz um exame físico nas orelhas, garganta e nariz e também solicita exames complementares, entre eles os otoneurológicos, os laboratoriais, de imagem e o Ecodoppler (exame do fluxo sanguíneo das artérias). "As avaliações de laboratório incluem hemograma, glicemia, colesterol e triglicerídeos, hormônios tireoideanos, TSH e T4 livre, zinco sérico e reação sorológica a sífilis entre outros. Elas contribuem para a análise de infecções, anemia, metabolismo de carboidratos, gorduras e cereais, fatores relacionados a cóclea e as vias auditivas e outros aspectos", complementa a especialista.

Os exames audiológicos são feitos por um profissional da fonoaudiologia. Segundo Macedo, sem as informações auditivas é impossível fazer o diagnóstico do zumbido. "A cada 10 pacientes com zumbido, nove tem alterações audiológicas, por isso é fundamental verificar a saúde dos ouvidos e da audição. A avaliação audiológica básica é composta pela Audiometria Tonal Limiar, que verifica a menor intensidade que o paciente consegue ouvir, a Logoaudiometria, exame que avalia a capacidade de compreensão da fala e a Imitanciometria, que avalia as condições da orelha média e da cóclea", aponta.

O Limiar de Desconforto Auditivo, que verifica se há intolerância a sons, e a Acufenometria, que avalia a intensidade e a frequência do zumbido, também fazem parte da bateria de exames. Se houver alguma alteração, o paciente é orientado a realizar avaliações complementares. "Algo que sempre deixamos bem claro é que a surdez é uma das principais causas do zumbido, mas o ruído não causa problemas de audição, pois é apenas um sintoma e não uma doença. O tratamento deve focar a eliminação dos fatores que desencadearam o zumbido", enfatiza.

Conhecimento aumenta as chances de melhorar

A equipe do GIPZ Curitiba é composta pela otorrinolaringologista e otoneurologista Rita de Cássia Cassou Guimarães, a fonoaudióloga Izabella Macedo, as  psicólogas Lesle Maciel e Daniela Matheus, a fisioterapeuta Vivian Domit Pasqualin e o ortodontista e ortopedista facial Gerson Köhler. Todos são voluntários e, além de doarem um pouco do seu tempo e atenção, os profissionais compartilham conhecimento. "É uma ferramenta poderosa conta o zumbido. Quanto mais se sabe sobre ele, maiores são as chances de melhorar", destaca Rita.

Sandra Regina de Paula, 53 anos, fez questão de contar que depois de participar da reunião de maio, já não dá tanta atenção ao zumbido como antes. "Eu ficava nervosa, chorava e a minha pressão subia, porque eu não sabia o que fazer. Depois que eu assisti à aula e aprendi bastante coisa sobre o zumbido, eu aprendi a controlar a percepção. Quando sinto o ruído mais forte, faço de tudo para não dar bola. Este mês eu nem precisei ir ao médico por causa da pressão", declara.

O professor Luciano Schechtel, 46, sofre há dois anos com o problema e no início pensou que o barulho iria passar sozinho. "Ele incomoda muito na hora de dormir. Na sala de aula também comecei a perceber um pouco de dificuldade para ouvir e sensibilidade aos sons, então resolvi procurar ajuda. Tenho um irmão gêmeo e seis meses depois que o zumbido surgiu em mim, apareceu nele também", comenta. Schechtel participou pela primeira vez da reunião do grupo e achou ótima a iniciativa. "É sempre bom se informar, com certeza vou voltar", diz.

Serviço: Grupo de Informação a Pessoas com Zumbido de Curitiba (GIPZ Curitiba)

Próximo encontro: 06 de julho de 2012

Tema: Relações entre zumbido, intolerância a sons e perda auditiva

Palestrante: Izabella Pedriali de Macedo (fonoaudióloga)

Horário: a partir das 14h

Local: 5º andar anexo B do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná

Agendamento de presença e mais informações: (41) 3225-1665

Entrada livre