Mais de 20 comunidades cariocas
foram pacificadas por meio da instalação de Unidades de Polícia Pacificadora
(UPPs), um novo modelo de segurança pública estabelecido no Rio de Janeiro. Os
principais objetivos das UPPs são aproximar a polícia e a população, fortalecer
as políticas sociais nas comunidades e promover a paz em territórios que eram
ocupados por traficantes e milicianos. “Um dos reflexos da pacificação das
favelas foi a valorização de imóveis nos bairros vizinhos”, analisa o advogado
imobiliário Carlos Samuel de Oliveira Freitas, diretor de condomínios da PRIMAR
Administradora de Bens.
Jacarepaguá, Copacabana, Ipanema,
Tijuca, Botafogo, entre outros foram alguns dos bairros que tiveram seus
territórios recuperados pelo poder público. Em 2011 o programa foi instalado na
Rocinha (São Conrado) e na Mangueira (Maracanã), regiões onde ficavam centros
de distribuição de drogas considerados importantes. “Com a redução da violência
nas comunidades e consequentemente na sua redondeza, estas localidades
voltaram a ter valor para o mercado imobiliário”, afirma.
As favelas começaram a ser
pacificadas no fim de 2008 e com três anos de programa foram muitos avanços.
Cerca de 18 UPPs foram instaladas nas favelas cariocas– algumas abrangem mais
de uma comunidade. “As UPPs que foram instaladas até o momento privilegiam
bairros da zona sul, onde estão localizados os principais pontos turísticos da
cidade e serão realizados os jogos da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016”, observa.
A expectativa do governo do Rio de
Janeiro é que até 2014 sejam instaladas 40 unidades de polícia pacificadora,
que irão cobrir 165 comunidades e beneficiar mais de 1,5 milhão de pessoas.
Atualmente 68 favelas fazem parte do programa, afetando mais de 300 mil
moradores diretamente e mais de 1 milhão de cariocas que moram nos bairros
vizinhos. “As negociações imobiliárias continuam bem aquecidas no Rio e com a
continuidade das UPPs espera-se que os índices do mercado imobiliário sejam
cada vez melhores”, ressalta Freitas.
Estimativas apontam que nos
últimos três anos, após a implantação deste novo modelo de segurança pública, o
preço dos imóveis do Rio teve um aumento relativamente alto. Segundo
um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os aluguéis nas
comunidades subiram 6,8% mais que em outras regiões do Rio e a valorização
ocorre antes mesmo da instalação das UPPs. “Apenas o anúncio é suficiente para
que os preços fiquem mais altos”, enfatiza o especialista, diretor de locações do CRECI e da ABADI, Vice-Presidente
da ABAMI.
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