52 mil brasileiras terão câncer de mama em 2012


Especialista afirma que prótese de silicone não causa a doença e dá orientações para a prevenção.

No dia 4 de fevereiro, Dia Mundial do Câncer, especialistas, entidades e pacientes reforçam a importância do combate à doença que atinge 12,7 milhões de pessoas e mata quase oito milhões todos os anos. O Instituto Nacional de Câncer (Inca) prevê que sem medidas efetivas de longo prazo e de grande escala serão 26 milhões de novos casos e 17 milhões de mortes por ano no mundo em 2030. “O câncer é uma doença que atinge homens e mulheres de todas as idades e classes sociais e o diagnóstico precoce é o melhor caminho para a cura”, afirma o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco.
O câncer de mama é o que mais preocupa as mulheres e a estimativa do Inca é que em 2012 pelo menos 52 mil brasileiras sejam diagnósticadas com a enfermidade. Destas 20 mil terão que retirar as mamas e apenas 10% das mulheres terá a chance de passar pela reconstrução da região no mesmo tempo cirúrgico, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia. “A retirada das mamas é um processo que compromete a auto-estima das mulheres, afeta a estética e o impacto com a situação pode provocar alterações psicológicas”, explica Pacheco.
A média da estatística do risco de surgimento do câncer de mama é de 52 casos em cada 100 mil mulheres, um número ainda considerado alto tendo em vista as possibilidades de prevenção e diagnóstico precoce.  Este é tipo de câncer mais comum no Sudeste, atingindo 69 mulheres em cada 100 mil, no Sul, 65 para cada 100 mil, no Centro-Oeste, 48 em 100 mil e Nordeste, 32 em 100 mil. Na região norte é o segundo câncer mais frequente, atingindo 19 em cada 100 mil. “A realização regular de exames é fundamental para detectar a doença”, observa o médico.
Os principais fatores de risco para o câncer de mama são a idade da primeira gestação – a partir dos 30 anos o risco é maior -, uso de anticoncepcionais orais, menarca precoce, menopausa tardia, reposição hormonal, história da doença na família e alta densidade do tecido mamário. “Este último fator está relacionado à razão entre o tecido adiposo, ou seja, a gordura da mama, e o tecido glandular. O controle do peso corporal é fundamental, já que o excesso de gordura no organismo aumenta as chances de ocorrerem alterações”, aponta Pacheco.
Os cuidados para prevenir a doença que afeta as mamas já são bem conhecidos, mas nem todo mundo faz a prevenção da forma correta. Alimentação saudável, prática diária de exercícios físicos, abandono de hábitos maléficos a saúde, como a ingestão de bebidas alcoólicas e o tabagismo, realização anual de exame clínico das mamas e mamografia para mulheres acima dos 50 anos,  são recomendações que diminuem os riscos do câncer de mama. Se houver histórico de câncer de mama na família a primeira mamografia deve ser feita aos 30 anos, caso contrário o exame deve ser realizado a partir dos 35 anos. “O câncer é o crescimento descontrolado de células anormais, que invadem tecidos e órgãos. Quanto mais saudável o estilo de vida, menos são os riscos”, afirma.

Prótese de silicone não causa câncer de mama
De acordo com Pacheco, especialista credenciado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), não há comprovações científicas que indiquem o aumento ou a redução das probabilidades de surgir câncer de mama em mulheres que se submeteram ao implante de silicone. “A prótese não provoca câncer e também não prejudica a realização de exames que detectam a patologia. Com ou sem silicone, o importante é fazer o auto-exame e as demais avaliações todos os anos e conversar com o médico sobre os fatores de risco, levando em consideração os aspectos singulares de cada caso”, destaca.
As próteses de silicone passaram a ser mais temidas após problemas com as marcas PIP e Rofil, da França e da Holanda respectivamente. O cirurgião esclarece que estas fabricantes utilizaram silicone industrial na fabricação do produto, o que aumenta a probabilidade de ocorrer rompimentos. “Estes foram casos isolados, nos quais o poder público, a Anvisa e as entidades de cirurgia plástica estão dando as orientações pertinentes. Quem possui a prótese destas marcas deve procurar seu médico, mas não é necessário pânico. A recomendação da SBCP é trocar inicialmente as prótese que estão rompidas e em Curitiba este procedimento pode ser feito pelo SUS em cinco hospitais”, acrescenta o especialista, mestre em Princípios da Cirurgia utilizando o laser.

Doutor Alderson Luiz Pacheco (CRM-Pr 15715)
Cirurgião Plástico
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